SEDE PORTUGAL
FILOSOFIA OPERATIVA
Representa o mais alto nível espiritual que pode conseguir um ser humano nesta vida, é uma disciplina filosófica prática, que implica o desenvolvimento da consciência superior, a que nos permite desenvolver sabedoria, compreender em profundidade a vida, o mundo e a nós mesmos.
A Filosofia Operativa permite a capacitação espiritual do ser humano, para que este possa reintegrar-se plenamente à natureza celeste e terrestre e recuperar a sua harmonia, paz, e felicidade interior. Não é de nenhuma maneira, algo mágico nem supersticioso, e o dominar a sua técnica requere previamente de todo um processo de sublimação das paixões inferiores do ser humano e de um manejo técnico do pensamento e dos estados de consciência.
É a arte de viver sabiamente, no sentido de efetuar uma interpretação objetiva e profunda dos acontecimentos que nos toca viver, conseguindo desta maneira a autêntica felicidade e plenitude interior, independente das circunstâncias materiais.
Nos ensina a conhecer as coordenadas celestes, que são leis eternas e imutáveis, e que se encontram mais além do tempo e do espaço e não têm nada a ver com a opinião ou os desejos pessoais do ser humano, ao contrário das leis da sociedade terrestre, que mudam constantemente dependendo dos costumes de cada país, da época em que vivamos e do momento histórico no que estejamos.
Estas leis, são as regras do trânsito do universo e da vida, e representam a lógica superior com a que há que atuar diariamente, para fazer o correto de acordo e em concordância com esta ordem universal, e viver assim, realmente em harmonia com a Natureza divina e terrestre.
Estas leis sustêm que a matéria visível não é mais que a mil milionésima parte do universo realmente existente, portanto, a matéria se dilui até se fazer insignificante.
Debaixo deste ponto de vista, o ser humano, ao ser também mais energia que matéria, é uma entidade eminentemente criadora, inserta num campo de energia maior, que é a totalidade da natureza universal.
O maior problema, para viver em sintonia com estas “leis espirituais”, é a nossa arbitrariedade, nascida de uma programação mental limitada só às circunstâncias e à aprendizagem social, e cremos pelo mesmo, que o que pensamos e sentimos constitui a autêntica realidade, segmento estreito que é olhado como a verdade, colocando-nos como ponto de referência do correcto e perfeito e como centro e modelo da existência.
A crua realidade é que as nossas condutas estão controladas pelo nosso cérebro mais primitivo, o do réptil e do mamífero, centros básicos da sobrevivência da espécie, cuja característica é ser violento, agressivo, depredador, personalista, rígido e que não aprende das experiências vividas, repetindo sempre o mesmo, baseados só na conservação da espécie e dos apetites individuais.
A conduta animal do ser humano, com o seu actuar depredador, levou-nos quase à destruição do planeta Terra.
O mundo está governado por homens e mulheres inteligentes, com doutorados nas mais variadas disciplinas do saber humano, mas as guerras, a violência, a fome, as doenças e a pobreza, estão aumentando a cada dia.
Como é possível isso?
Porque a inteligência comum, sem consciência superior não serve, faculdade desconhecida para o ser humano, já que só conhecemos e atuamos com a consciência psicológica, que se fundamenta na personalidade, que se forma com a informação recebida dos pais, do colégio, da publicidade, e de todo o meio ambiente ao qual estamos expostos, no decurso das nossas vidas.
O nosso cérebro, ao igual que um disco duro, se vai ocupando de informação fragmentada que não podemos processar, posto que não temos as ferramentas internas para o fazer, é como tirar milhões de fotografias constantemente, mas estas ficam arquivadas nos nossos neurónios, como “informação morta”, sobrepostas e desintegradas umas das outras, sem conexão lógica entre elas. Por este motivo, não compreendemos muitas vezes o que nos passa na nossa existência, e não conseguimos comunicar-nos empaticamente com as demais pessoas e relacionar-nos harmonicamente com a vida e o meio ambiente. Não somos capazes de ver nitidamente a realidade externa e interna, sem filtros, já que a nossa lente fotográfica tem “aberrações ópticas” nascidas dos nossos pensamentos fragmentados, das nossas frustrações, raivas, traumas e de todo o que temos introjetado e aprendido no decurso das nossas vidas, num baixo estado de consciência.
Ao contrario, a consciência superior permite-nos tirar fotos nítidas, num estado interior de objetividade superior, sem filtros mentais nem emocionais, ao estar contemplando a realidade e o que nos sucede, abstendo-nos da nossa opinião pessoal, só percebendo os acontecimentos, num estado de silêncio interno.
Para desenvolver esta faculdade superior, a Filosofia Operativa ensina-nos a formar uma unidade interna, que possui força própria, para observar imparcialmente, tanto a realidade externa como a nossa realidade interna, conformada pela personalidade e os seus mecanismos.
Esta força interna, deve ser auto criada de maneira consciente e com a força da vontade ordenando constantemente a consciência psíquica fragmentada e o nosso mundo interno, tornando-se em um centro de ancoragem individual. Este centro interno, transforma-se no eterno vigilante, que se antecipa à personalidade para interceptar os estímulos ou sensações, conseguindo tirar fotografias confiáveis, às quais se lhes atribui um lugar preciso e interconectado com as demais, permitindo-nos armar, no nosso mundo interno, um quebra-cabeças das nossas vidas e do mundo, criado conscientemente e em permanente comunicação com A Realidade.
Esta distância técnica ou separação interior, permite-nos efectuar uma auto-critica, que nos levará com segurança a um conhecimento mais integral de nós mesmos, e ir transformando e sublimando a nossa parte animal em virtudes superiores, permitindo-nos mudar internamente, e modificar a forma de ver e entender o mundo, num sentido mais elevado e harmónico.
Neste estado interno deixamos de ser arbitrários, autorreferentes e personalistas, para nos posicionar-mos em uma relação consciente e permanente com as coordenadas celestes, e atuar impessoalmente, mais além das nossas crenças, do nosso egoísmo, e dos nossos gostos ou preferências pessoais, conseguindo caminhar de mão com a vida e a sua energia divina.
Com este Ensino aprendemos a usar o nosso corpo como um instrumento musical, que nos permite sintonizar-nos e participar da harmonia e melodia universal, desde o nosso próprio espírito, que é a chispa divina, emanação de Deus que levamos os seres humanos.
O estudante que vai pelo caminho da Evolução da Consciência deve sempre IRRADIAR HARMONIA para servir de maneira impessoal a força universal da LUZ. Atuar sempre como harmonizadores, sem importar a desarmonia exterior ou das pessoas, o insulto, a agressão, ou a desqualificação.
Harmonia na família, no trabalho, na sua relação de par, no ambiente em que vive e se desenvolve.
O que irradia desarmonia recebe desarmonia por parte da Natureza.
“O que chegou a realizar isto, plenamente consciente dos seus deveres humanos empreende uma cruzada de ajuda impessoal à Humanidade, a fim de cooperar para a paz universal e para dar oportunidade a outros a que tenham acesso aos mesmos conhecimentos que ele recebeu, formando-se assim a GRANDE CADEIA UNIVERSAL DOS INICIADOS, cuja origem se desvanece na antiguidade do mundo e cujo fim não chegará jamais porque a força divina é infinita e eterna”.
Darío Salas Sommer